domingo, 3 de setembro de 2006

...apocalipse

...olho para o céu e escondo a Lua entre os dedos da minha mão. Descobri-te, era tudo mentira, tudo falso, tudo diferente. A luz que em mim preenchias era um nada afinal. Nada como o que deixaste dentro de mim depois de me destruires. Mexo e remexo os meus dedos escondendo e agarrando-te, olhando-te demorada e vagarosamente e tentanto entender o porquê de me teres enganado tanto. O mel do teu olhar que me derretia era puro doce veneno que me percorria. Mas sei que o provaria outra vez se o tivesse á minha frente. Esse teu brilho que a pouco e pouco me destruia era fatal e eu não sabia. A culpa foi minha, fui eu que destruí a tua cor, o teu brilho, o teu amor. Agora nada resta da minha alma senão a sombra de um passado que me atormenta o presente e o futuro. Já não sinto nada, já não me sinto, só sinto em mim um nada que já nada quer sentir. Cansei-me das palavras, das ilusões, dos sonhos, da vida. Quero mergulhar num oceano profundo onde a luz da lua nem o brilho da estrelas me possam encontrar e então aí talvez possa sonhar...