segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

...vela

...a luz que no alto brilhava e ofuscava com toda a intensidade apagou-se como uma vela. Tento agarrar o seu fumo mas tudo se desvanece nas minhas mãos. Não consigo regressar ao passado para voltar a fazer tudo de novo. Tenho de viver com esse passado que não consigo suportar e que rege o futuro. Não me consigo perdoar. A dor é cada vez maior com o passar do tempo. Eloqueço numa loucura que sinto cá dentro mas que não me deixa deixar de sentir as trevas que me rodeiam e envolvem. Estou preso, preso em mim, preso neste mundo. Já tentei em vão com todas as minhas forças tentar-me soltar mas quanto mais tento mais sofro. Perco o que restava das minhas forças. O ar fica pesado, começa a doer respirar e já não sinto o sangue a correr-me nas veias mas sinto o meu coração a bater com cada vez mais intensidade. O ar e o sangue tornam-se fogo num fogo invisil que não se extingue. Fico desidratado pelas lágrimas que me caem pelo rosto e a minha almofada torna-se num lençol de água. Agora não as preciso de secar, já não existem ja não há lágrimas, já não há nada. Nunca imaginei um mundo sem lágrimas sem poder conseguir tentar lavar a alma. Não posso fazer mais nada senão agoniar até tocar no fundo. Anseio por isso e por isso desespero num silencio final do grito da angustia do real...

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

...nada

...caiu num poço sem fundo. A queda é aterradora e a uma velocidade estoteante. Deixo de ver a luz e, de repente, tudo se torna completamente escuro e negro. O maior dos medos, o de não conseguir ver algo a brilhar mesmo que seja algo muito tenue, torna-se realidade. Anseo por chegar ao fundo. Não suporto mais esta angustia, esta dor, este sofrimento. As tormentas do passado fecharam-me num baú. Já tentei escapar mas... sem chave torna-se impossivel. Tento não pensar e resistir, mas de cada vez que tento sei que é em vão, não sei porque o faço e por isso já me decidi a desistir. A ausencia de cor torna-me num nada. A realidade é demasiado dolorosa para que a possa aguentar o peso da vida. Não quero abrir os olhos ao acordar, como se pudesse com isso resistir a esta angustia. Mas não. É sempre tudo em vão. Tentei viver no mundo de fantasia mas os sonhos tornaram-se todos em pesadelos sem fim, ainda assim, mais suportavel que a realidade dura do real. O frio, a dor, os sentimentos fisicos começam a deixar de existir. Deliro em desmaios continuos de que anseio não acordar; enquanto não tenho consciencia não doi, não sofro, não sinto. Nunca aprenderei a viver nas trevas, não é vida, não é nada. Torno-me num nada. Nada...

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