terça-feira, 19 de dezembro de 2006

...sal


...perdi-me no silêncio do horizonte a sonhar contigo. Estavas ali comigo, naquele dia, naquela praia, naquele sonho só nosso e de mais ninguém. Irradiavas luz como uma estrela e ofuscavas toda a escuridão daquele momento. Não conseguia ver-te com os meus olhos, és luz demais para as trevas do meu olhar mas não faz mal, bastava sentir a tua presença com a minha alma para reconhecer todos os teus movimentos, todos os teus gestos, toda a tua cor que inundava o meu coração.
Vivi como sombra nas trevas durante a amargura da ausência da tua presença perante mim. Já não me reconheço, já não sei quem sou ou para onde vou. Perco-me na angustia de não saber se as tuas lágrimas são puro sal como pó de ouro a cintilar num céu estrelado ou se puro mel mais precioso que o santo grall. Mas a luz que me concedeste é tão forte que mesmo que eu quisésse nunca a poderia apagá-la completamente. Tentei riscar-me, limpar-me, fazer-me desaparecer de tudo e de todos e para todo o sempre. Se estou aqui é por ti, a minha alma é tua. Já não acredito que há uma estrela para cada um de nós, suficientemente afastada para que as nossas faltas a não possam obscurecer porque a minha estrela és toda e só tu...