segunda-feira, 8 de agosto de 2005

...Cristal

...e de repente uma Luz apareçeu e ofuscou o meu olhar. Tive e tenho medo. Medo de tocar aquela Luz de todas as cores, uma Luz que só num vislumbrar pode salvar. Medo de destruir, medo de estragar a divina pureza que ela me trás. Um querer e não querer. Seduz-me e amedronta-me. Àgua cristalina que se tem medo de contaminar, como uma borboleta de que tão bela apetece tocar. Mas não, não posso, poderia estragar, jamais me perdoaria. Custa-me não o poder fazer mas sou pérfido e a apagaria. Medo de olhar e de não conseguir resistir mas é cada vez mais difícil resistir aos sonhos que em mim ela faz surgir, de resistir á imaginação de como poderá ser o brilho dessa ofuscante Luz. Sei que não a mereço, ela tambem não é minha, apesar de eu nela ter reparado. Não faz mal. Já foi muito bom tê-la quase visto, mesmo só por um segundo mal vivido. Sorriu porque é tão bela, tão bela que a própria palavra bela deixa de existir. E choro por não poder sentir ou a sequer sabê-la ver. O meu olhar pode matar e, de repente, torno-me num demónio infernal. Tenho medo de mim, de não resistir a tocar, mas sei que não o farei e que apesar disso nunca me conformarei. E essa é a Luz que por vezes sinto pairar sobre a minha alma...

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