...sem nada, sem conseguir, vazio, só, renegando os meus sentimentos tento evitar os meus pensamentos com a esperança que possa diminuir a minha dor. Tento fugir, iludir-me, esconder-me de algo que sei não posso fugir. Sei que um dia o meu desespero me eloquecerá mas não quero, recuso-me a pensar nisso. E queimo e rasgo e deito fora. Tudo, destroo-me, deixo de ser o que não sei que sou. Não faz mal enquanto não sentir. Pelo menos as ilusões não me levam á locura. Talvez seja louco por não querer ver a realidade mas receio que se a vir me perca completemante e para sempre se parar um momento para a olhar. Não tenho medo de desaparecer, talvez até fosse melhor assim, mas há algo não me deixa tentar. Não sei porquê estou agora a escrever, não quero mas não consigo deixar de o fazer. Nunca compreendi esta necessidade absurda. Sinto-me ainda mais estupido. Estupido por akreditar que nunca mais o iria fazer. Uma falsa utopia que alimenta a minha alma. A dor é sempre maior se virmos a luz que não conseguimos alcançar. E de repente, quando já pensava que conseguia fugir de mim, quando tudo a minha volta me dava um sorriso, tudo se desvaneceu. Tudo. E de repente, de novo aqui estou eu, só, completamente só com as minhas palavras e sem saber o que com elas fazer. Sem objectivo, sem saber o porquê, sem esperança, já sem acreditar numa luz k me possa salvar. Sinto as trevas a apoderarem-se de mim, e eu, a ver, sem nada poder fazer. não me atrevo a perguntar-me porquê ou a tentar advinhar o futuro. Mas de repende, neste devaneio, encontro um sentido para estas letras, elas são o testemunho do meu passado. Recuso-me a voltar a lê-las, é demasiado obscuro, n é libertador. mas aprendo assim a a aceitar a minha dor em vez de lhe tentar fugir. Não sei se é melhor ou pior. é pelo menos uma convicção, das poucas k me restam e por momentos sinto k sei o k tudo o k faço poderá de algum modo n ser em vão...