segunda-feira, 30 de maio de 2005

...fuga

...não consigo fugir á minha dor. Está-se a tornar insuportável. Tenho medo de chorar e não chorar. As minhas lágrimas têm outro sabor, são ácidas e cada uma delas está carregada de um nada que pesa como tudo; não me lavam, tornam-me mais sujo. Ás vezes gostava de nunca mais acordar, de ficar a viver num sonho em que o impossivel é palavra que não existe. Mas é cada vez mais difícil dormir ou descançar, os pesadelos percorrem-me cada vez mais e os sonhos são uma utopia. Ainda assim, sei que os tenho e não os esqueço, agarro-me a eles com todas as forças para que não se percam como eu. Mas tenho medo dos meus sonhos, de não os conseguir realizar. Não admitirei essa hipótese, são meus, os meus sonhos, fazem parte de mim. É quase tudo o que tenho. Pode ser pouco, mas é meu. Meu e de mais ninguém. Não sou egoísta, apenas ninguém os consegue ou não quer compreender. Nunca pensei que um sonho pudesse ser tão amaldiçoado. Anseio por uma varinha de condão que me toque e leve de vez a minha dor. Riu-me desses anseios, rir para não chorar. Mas já não sei rir como alguem me disse á uns cinco anos atrás. Há palavras que ficam no ouvido e essas nunca mais as esqueci. Resumem muito e foram ditas com sentido. Algo raro nos dias de hoje. Odeio pensar no passado, mas ele faz parte de mim e não o posso negar. Prefiro sempre o por ao nascer do sol, talvez porque só á noite me consigo enfrentar ou então porque sem luz já não faço tanto contraste. Hoje vou ver o nascer do sol e tentar não desesperar, não por teimosia ou irreverência mas por curiosidade, fruto que as insónias me permitem provar. Amo a noite, a Lua e as estrelas, guardam bem os meus segredos e paixões. O Sol queima-me e não me cura ou purifica, não tenho medo dessa luz, mas a luz da Lua sempre me deu muito mais serenindade. Espero não me ofuscar, não desisto e vou sempre voltar a tentar como me prometi não voltar a tentar deixar de escrever...

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domingo, 29 de maio de 2005

...sonho

...odeio, odeio-me, odeio-me por amar. Estou tão confuso que nem me consigo aperceber totalmente do estado em que me encontro. Podia ser tudo tão fácil... Não teria decerto a mesma piada, mas porque tem de ser tudo tão difácil e complicado? Procuro saber se sou eu que complico mas sei que não, infelizmente ou não. Se sou assim é porque a vida assim me fez. E que voltas a vida pode dar... As angustias percorrei-me a alma e sufocam o meu coração. Tenho medo, medo de amar, de não conseguir voltar a sentir se mais alguma vez voltar a sofrer. Tenho medo de me tornar insensivel, concrecto e sem cor. De qualquer forma já há muito que o meu sorriso pérfido anuncia o vazio cheio de nada. Menos mal, porque já ninguém vê através da minha alma. O meu olhar esconde bem as angustias da minha alma. Estou perdido e não me consigo encontrar, por muito que procure, nunca consigo encontrar uma saida, não admito que talvez não a possa haver. Não desisto e continuo a lutar, talvez fosse melhor parar mas se o fizesse trairia-me e deixaria de existir. Mas cada vez se torna mais dificil, cada minuto, cada segundo, parece ser dominado por uma dor da qual não me consigo libertar. Sei do que preciso, uma princesa encantada, com um beijo apenas me curava. Mas a vida não é um conto de fadas e já não há princesas, muito menos as encantadas. Sei que há algures um anjo que me pode salvar mas, mesmo com todo o meu ser a querer, não consigo encontrar. Não basta querer, é preciso fazer mais. Faço tudo e nada tenho. Luto nesta busca incessante contra tudo e todos mas quanto mais me aproximo mais me magouo. Não tenho medo de sofrer por causa disso, jamais desistirei de lutar, quando o fizer, morri. As angustias devoram-me cada vez mais, tento fugir apesar de saber que elas sempre me conseguem encontrar, mas hoje, por um instante, consegui refugiar-me nestas palavras...

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sexta-feira, 27 de maio de 2005

...letras

...sei já que não vale a pena por muito que tente, por muite que me esforçe, tentar exprimir aquilo que de mais forte a minha alma sente. Tudo é um eufemismo, a escrita deixou de ser uma representação gráfica de sons ou palavras para se tornar pérfida e masoquista para quem escreve e eternamente incompreensivel para quem tenta decifrar. Não consegui, desta vez não me consegui dominar e não sei o que aconteceu ao que escrevi. Deveras forte demais para poder voltar a ler ou rescrever, ainda assim, escrevi. A coragem não existe nas palavras, refugio-me e fujo delas. Apenas me arrependo das letras que podia ter escrito e não escrevi. O porquê daqui não faz parte, as duvidas continuam sempre a viver num futuro utópico onde a loucura contagia a razão. A falsidade é uma realidade. Os sons dos pensamentos refletem-se num escuro de solidão e de repente a luz deixa de existir e os cheiros do passado voltam a denegrir o sabor do presente...

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quinta-feira, 5 de maio de 2005

...ilusões

...mas tudo o que tem asas também cai. E dói. Mesmo quando vislumbramos uma luz, mesmo quando sentimos que já não podemos voltar a cair, que é impossivel voltar a vertermos lágrimas, há sempre algo que aconteçe para nos fazer lembrar que nada é impossivel. E a queda é sempre maior e eu já não tenho asas ou forças para me conseguir levantar. Á muito que os anjos se tornaram negros. Negros, pérfidos, maus, traidores mas... apesar de tudo, ainda me atraiem. É como o fogo que fascina e queima, e eu nunca resisto a pelo menos tentar pegar-lhe, mesmo sabendo que não vou conseguir e que me possoo magoar... As certezas são cada vez menos e cada vez eu mais preciso de elas...

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segunda-feira, 2 de maio de 2005

...só

..."They say true love only comes around once and you have to hold out and be strong until then. I have been waiting. I have been searching. I am a man under the moon, walking the streets of earth until dawn. There's got to be someone for me. It's not too much to ask. Just someone to be with. Someone to love. Someone to give everything to. Someone."...

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